26 de abr. de 2012

A invenção da Infância







Gênero: Documentário 
Diretor: Liliana Sulzbach 
Duração: 26 min     Ano: 2000     Bitola: 16mm 
País: Brasil     Local de Produção: RS 
Cor: Colorido 
Sinopse: Ser criança não significa ter infância. Uma reflexão sobre o que é ser criança no mundo contemporâneo. (fonte Porta Curtas)

Outras informações, como ficha técnica, roteiro e utilidade pedagógica podem ser encontradas no site: http://www.portacurtas.org.br/beta/filme/?name=a_invencao_da_infancia


Rafael Forte Martil, texto escrito originalmente para a disciplina: “Psicologia da infância e da educação”, 2009.

     O documentário “A invenção da Infância” trabalha com a ideia de que a infância em última análise é uma invenção. O documentário apresenta várias crianças, focando situações de existência diferentes. Nesse sentido são apresentadas crianças em situação de extrema pobreza que são obrigadas a trabalhar para ajudar no sustente de suas casas e outras crianças, supostamente de classe média alta, que ocupam a maior parte de seu tempo com atividades, curso, escola, esportes, dentre outras.
     Quanto à invenção da infância o narrador deixa claro logo no início:

A infância, como ideia de uma época especial para cada ser humano, surge no mesmo tempo das grandes descobertas. Já não se morria tão facilmente e começava a valer a pena o investimento nesses seres tão frágeis. Para as crianças, inventa-se a infância quando decide-se deixá-las brincar, ir à escola, ser criança. (A invenção da infância)
     A diversidade socioeconômica de nosso território torna ainda mais complexa o entendimento da infância. Enquanto algumas têm condições de usufruir da infância, outras lutam pela sobrevivência, o que fica claro quando são entrevistadas algumas mães, que relatam casos de mortalidade infantil.
    As crianças entrevistas são de uma faixa etária aproximada, entretanto com ontogênese e a sociogênese diferenciadas. O documentário em questão preocupa-se, com essas particularidades, com o meio social, com as histórias individuais, que torna a vida das crianças tão diferente, ou em outras palavras alija-as do conceito de infância, obrigando-as a ter responsabilidades que seriam comuns apenas a adultos.
    O documentário trabalha com a tese da globalização discriminatória, que exclui algumas camadas da população do desenvolvimento tecnológico e de aspectos positivos da civilização, no caso particular da vivência de uma fase tão importante como a infância, não tendo tempo para brincar e mesmo condições para se alimentar de forma adequada.
     Outra crítica implícita no documentário é a de que crianças de classe média ficam sobrecarregadas de atividades, como balé, aulas de línguas, esportes, tornando-as crianças com muitas responsabilidades, distanciando-as assim da infância.
    Fica a questão: Nossas crianças estariam vivendo o que na Modernidade foi chamado de infância?

     

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