Gênero: Documentário
Diretor: Liliana Sulzbach
Duração: 26 min Ano: 2000 Bitola: 16mm
País: Brasil Local de Produção: RS
Cor: Colorido
Sinopse: Ser criança não significa ter infância. Uma reflexão sobre o que é ser criança no mundo contemporâneo. (fonte Porta Curtas)
Outras informações, como ficha técnica, roteiro e utilidade pedagógica podem ser encontradas no site: http://www.portacurtas.org.br/beta/filme/?name=a_invencao_da_infancia
Rafael Forte Martil, texto escrito
originalmente para a disciplina: “Psicologia da infância e da educação”, 2009.
O documentário “A invenção da Infância”
trabalha com a ideia de que a infância em última análise é uma invenção. O
documentário apresenta várias crianças, focando situações de existência
diferentes. Nesse sentido são apresentadas crianças em situação de extrema
pobreza que são obrigadas a trabalhar para ajudar no sustente de suas casas e
outras crianças, supostamente de classe média alta, que ocupam a maior parte de
seu tempo com atividades, curso, escola, esportes, dentre outras.
Quanto à invenção da infância o narrador
deixa claro logo no início:
A infância, como ideia
de uma época especial para cada ser humano, surge no mesmo tempo das grandes
descobertas. Já não se morria tão facilmente e começava a valer a pena o
investimento nesses seres tão frágeis. Para as crianças, inventa-se a infância
quando decide-se deixá-las brincar, ir à escola, ser criança. (A invenção da
infância)
A diversidade socioeconômica de nosso
território torna ainda mais complexa o entendimento da infância. Enquanto
algumas têm condições de usufruir da infância, outras lutam pela sobrevivência,
o que fica claro quando são entrevistadas algumas mães, que relatam casos de
mortalidade infantil.
As crianças entrevistas são de uma faixa etária aproximada, entretanto
com ontogênese e a sociogênese diferenciadas. O documentário em questão
preocupa-se, com essas particularidades, com o meio social, com as histórias
individuais, que torna a vida das crianças tão diferente, ou em outras palavras
alija-as do conceito de infância, obrigando-as a ter responsabilidades que
seriam comuns apenas a adultos.
O documentário trabalha com a tese da globalização discriminatória, que
exclui algumas camadas da população do desenvolvimento tecnológico e de
aspectos positivos da civilização, no caso particular da vivência de uma fase tão
importante como a infância, não tendo tempo para brincar e mesmo condições para
se alimentar de forma adequada.
Outra crítica implícita no documentário é
a de que crianças de classe média ficam sobrecarregadas de atividades, como balé,
aulas de línguas, esportes, tornando-as crianças com muitas responsabilidades,
distanciando-as assim da infância.
Fica a questão: Nossas crianças estariam vivendo o que na Modernidade
foi chamado de infância?
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